quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Olhão Livre- um diário bem duro, de um grupo de cidadãos que defendem a protecção ambiental e o melhor para a sua cidade

Transcrevo, na íntegra, a denúncia sobre a destruição da vegetação marinha da Ria Formosa.
Imagem e texto retirado aqui

Praia dos Cavacos ou de Marim, integra o Parque Natural da Ria Formosa, estando sob jurisdição do ICNF e protegido pelos Dec-Lei nº 373/87 e 45/78. o que não impede que se assista à destruição da vegetação marinha com uma protecção superior à dos camaleões, o de duas e o de quatro patas.
Durante anos, a Sociedade Polis da Ria Formosa, com operações de charme para melhor enganar as pessoas, apelava a que elas se constituíssem madrinhas das pradarias marinhas, mas agora é essa mesma sociedade que vem destruindo a vegetação protegida, vá-se lá saber porquê. Ou será que se sabe?
A primeira observação que temos a fazer, é a de que as entidades publicas habitualmente usam de dualidade de critérios no que respeita aos interesses. Assim, enquanto na Barra de Olhão ou na da Fuzeta dizem não poder intervir durante o período balnear, aqui já podem, dragando na Ilha da Armona, transportando para Olhão e depois por via terrestre para Marim.
Uma segunda questão, tem a ver com o facto do IPMA ter desclassificado aquela área em Classe C por contaminação microbiológica ou seja por excesso de coliformes fecais, não se percebendo como depois vai ser permitido o banho naquelas aguas. Afinal está ou não contaminada?
Uma terceira questão tem a ver com o facto de não existir qualquer cartaz da intervenção, como mandam as regras. Não admira, porque este Estado já nos habitou a fazer obras à margem da Lei, que essa chatice só se aplica ao cidadão anónimo, sem amigos e sem cartão partidário.
Observando a intervenção constatamos que a subida da cota da areia, vai criar uma barreira tampão, impedindo o acesso à vegetação, acabando por destruí-la. Não nos restam duvidas que a protecção da natureza está bem entregue nas mãos dos imbecis que têm a responsabilidade de fiscalizar mas que assobiam para o lado quando se trata de uma intervenção do Estado. Falar na protecção da vegetação marinha, no concelho de Olhão, que tem um presidente que defendeu o camaleão, mas que aqui defende o combate a uma espécie ainda mais protegida, é o mesmo que falar aos ventos. Quem nos acode?
As pessoas já se esqueceram que esta, era uma das praias urbanas do presidente da câmara, que com quase toda a certeza nunca lá se banhará. Mas que o leva a fazer tanta questão no andamento desta intervenção?
Na recente Feira Internacional de Imobiliário, em que o presidente da câmara fez questão de representar o concelho, foi promovido um projecto urbanístico na Aldeia de Marim, aprovado pela Câmara Municipal de Olhão mas de muito duvidosa legalidade.
A proximidade daquele empreendimento com a Praia de Marim faz dele um optimo investimento, para quem desconhece os meandros da Lei, ou das habilidades de certos autarcas, ávidos de dinheiro.
Estamos muito perto das eleições para as autarquias, onde vão ser gastos muitos milhares de euros e para isso precisam-se de financiadores. Sabendo nós que ninguém dá nada a ninguém, qual o verdadeiro significado disto, o que realmente se esconde por detrás desta intervenção?
Se a areia é mais ou menos clara, esse é um aspecto insignificante, já que daqui a mais alguns dias já ela se apresentará mais branca.
O que se apresenta cada vez mais escuro, é o trafico de influências.
Queiram pois os nossos leitores ajuizar o que entenderem por mais esta obra de arte dos nossos políticos, locais!

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